terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Um dogma cai e um novo campo de tratamentos de fertilidade nasce.

Uma equipa de cientistas confirmou a existência de células nos ovários de mulheres adultas equivalentes a células estaminais, com o potencial de produzir óvulos. A descoberta publicada agora na revista Nature Medicine abre portas para um novo campo de tratamentos de fertilidade.





Em qualquer manual de biologia está descrita a regra: uma mulher nasce com um número finito de óvulos que vai gastando desde a primeira menstruação até chegar à menopausa. Ao contrário do homem, que continua incessantemente a produzir espermatozóides até quase ao final da vida, o que se sabia das mulheres é que nasciam com cerca de um a dois milhões de óvulos imaturos e por volta dos 50 anos teriam não mais do que mil. Apesar de apenas ser libertado um óvulo durante cada ciclo menstrual, a grande maioria destas células vão morrendo ao longo da vida fértil da mulher.

Mas a descoberta da equipa do investigador Jonathan Tilly, da Escola Médica de Harvard, em Massachusetts, estilhaça este dogma. Aparentemente, os ovários de mulheres adultas ainda têm células com o potencial de se diferenciar até se transformarem em óvulos, um processo que até agora se pensava que só acontecia até às 20 semanas de gestação, durante o desenvolvimento embrionário dos fetos do sexo feminino.

A investigação de Tilly é a continuação de uma história que começou em 2004, quando o cientista publicou um artigo onde mostrava que nos ratinhos havia um desperdício demasiado grande de óvulos imaturos durante cada ciclo menstrual, para que não houvesse uma produção contínua desta linha celular. Na altura, a comunidade científica desconfiou dos resultados argumentando que a equipa tinha feito contagens erradas.

Passados cinco anos, uma equipa de investigadores na China conseguiu demonstrar a existência destas células em ratinhos. Agora, a equipa de Tilly voltou à carga e deu o salto para os humanos. Para isso, utilizaram o tecido de ovários de seis mulheres, dos 22 aos 33 anos, que decidiram mudar de sexo, e que deram consentimento para utilizarem o seu material biológico. 

Os cientistas, através de uma técnica que detecta moléculas que só existem à superfície das células estaminais, conseguiram filtrar estas do resto das células do ovário. Depois, num determinado meio de cultura, as células estaminais formaram espontaneamente células parecidas com óvulos imaturos.

Para testar como é que as células se comportariam num meio mais natural, injectaram num tecido de ovário algumas células estaminais geneticamente modificadas para produzirem a proteína fluorescente e colocaram o pedaço de ovário por baixo da camada de pele de um ratinho. Passadas duas semanas, o implante de ovário tinha desenvolvido folículos – onde os óvulos amadurecem para serem libertados do ovário –, dentro destes folículos estavam células fluorescentes, que se desenvolveram a partir das células estaminais injectadas.

“O objectivo principal deste estudo foi provar que as células estaminais que produzem óvulos existem de facto nos ovários de mulheres que estão no período fértil. Achamos que estudo prova isso de uma forma muito clara”, disse Jonathan Tilly. 

Embora ainda não haja nenhuma prova que estas células produzam óvulos de forma natural no ovário de mulheres adultas e férteis, esta descoberta “abre a porta para o desenvolvimento de tecnologias novas para ultrapassar a infertilidade em mulheres e talvez no futuro adiar a altura em que os ovários deixam de funcionar”, disse o investigador. A investigação é particularmente promissora para as mulheres que sofrem de menopausa prematura e doentes com cancro que são tratadas com quimioterapia e ficam estéreis.



Fontehttp://www.publico.pt/Ci%EAncias/ovarios-das-mulheres-adultas-tem-celulas-estaminais-com-o-potencial-de-produzir-ovulos-1535581

Vírus do papiloma humano

HPV: informação aos doentes
O que é o HPV?

O Vírus do Papiloma Humano (HPV) é um vírus sexualmente transmissível com a capacidade de infectar todas as pessoas, independentemente do seu sexo, idade, etnia ou localização geográfica. Desde o inicio dos anos 90, a associação deste vírus com o desenvolvimento do carcinoma do colo do útero, verrugas e outras patologias anogenitais tem sido muito forte, acreditando-se hoje que esteja presente em 99% dos casos de cancro do colo do útero.

As infecções por HPV são extremamente comuns, no entanto, a maioria dos indivíduos infectados não apresenta sintomas. Existem diferenças ao nível das infecções por HPV, sendo que a presença de papilomas ou de verrugas genitais sugere infecção por HPV’s não oncogénicos (baixo-risco) enquanto que no caso de lesões do colo do útero os mais frequentes são os oncogénicos (alto-risco).
Sendo uma infecção transmitida por via sexual, são extremamente importantes as precauções a este nível. A utilização de preservativos não garante protecção contra a infecção por HPV, apesar do seu uso ser recomendado devido à eficácia na prevenção de outras infecções sexualmente transmissíveis.
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Existem tipos diferentes de HPV?
O HPV pertence à família dos Papovavírus, na qual foram encontrados mais de 120 tipos diferentes. A maior parte dos tipos leva ao desenvolvimento de verrugas cutâneas, no entanto, existem outros capazes de infectar a região anogenital. Ainda assim, os tipos de HPV encontrados nas verrugas não são os mesmos dos tumores malignos, facto que mostra a importância do estudo do HPV.
Dentro dos tipos capazes de infectar a região anogenital, podem distinguir-se dois tipos: baixo e alto risco, em função da sua capacidade em induzir o desenvolvimento do carcinoma do colo do útero.
As estirpes de HPV de baixo risco/não oncogénicas (tipo 6,  11, etc...) são encontradas nos condilomas/verrugas genitais e apresentam menor risco de progressão para malignidade. As estirpes de HPV de alto risco/oncogénicas (tipo 16, 18, 31, 33, 45, 58, etc...) estão associadas ao desenvolvimento de lesões malignas.
No geral, uma infecção por HPV não leva ao desenvolvimento de cancro. No entanto, 99% das mulheres que têm cancro do colo uterino estão infectadas por estirpes de HPV de alto risco.
....................................................................................................................................................................................Quais são as características da infecção por HPV?
....................................................................................................................................................................................Quais são os sintomas?
Normalmente, uma infecção por HPV é assintomática, não localizada e na maioria das vezes multicêntrica. Geralmente não se observa qualquer alteração no corpo, podendo surgir apenas comichão, ardor durante o acto sexual ou corrimento anormal.
As infecções por HPV podem-se manifestar de três formas distintas:
  • forma latente: caracterizada pela presença latente do vírus e que não apresenta qualquer sintoma que evidencie sinais para diagnóstico. Pacientes com histórico de infecções por HPV devem, juntamente com os exames de rotina, efectuar diagnósticos por técnicas de biologia molecular que permitem a identificação do vírus e assim esclarecer o possível desenvolvimento de qualquer lesão.
  • forma subclínica: infecção assintomática ou apenas com alguns sinais inespecíficos, como prurido, ardência e dor durante a relação sexual. Médicos ginecologistas são capazes de identificar e visualizar uma lesão sob a forma subclínica, utilizando métodos de diagnósticos específicos, como por colposcopia. A análise de infecção por HPV deve ser efectuada quando há suspeita de alterações no colo do útero.
  • forma clínica (condiloma): presença de verruga genital visível a olho nú com um aspecto áspero e irregular (couve-flor) que pode aparecer nas formas acuminado, plano e gigante. A mais comum é a forma acuminada, uma forma verrugosa de cor rósea, superfície rugosa e consistência firme, conhecida como crista de galo. A forma plana aparece como tecido branco acompanhado ou não de alterações vasculares. O condiloma gigante é a forma vegetante e exuberante, caracterizada por um crescimento por vezes muito rápido.
fonte:http://www.ipoporto.min-saude.pt/InfoUtente/hpv.htm
O HPV é facilmente transmitido por contacto sexual, não sexual (familiar ou hospitalar) e por via materno fetal (durante a gestação, intra e periparto). Apesar de nada se saber acerca da viabilidade do vírus fora do organismo, considera-se a transmissão por via não sexual apenas viável durante curtos períodos de tempo. O período de incubação, desde a infecção até ao desenvolvimento de doença (forma clínica e/ou subclínica) não é muito bem conhecido. Contudo, muitos estudos sugerem que este demorará entre 3 semanas a 8 meses, com uma média de 3 meses, desde que existam as condições propícias para o seu desenvolvimento. Na maioria das vezes o desenvolvimento está relacionado com a competência imunológica de cada indivíduo e a carga viral (quantidade de vírus) no local da infecção.

O que é o HPV?
Existem tipos diferentes de HPV?
Quais são as características da infecção?
Quais são os sintomas?
Como pode ser feito o diagnóstico?
Em que consiste o tratamento?
Como posso prevenir o HPV?
Desdobrável HPV parte I, parte II

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Cura para diabetes? pâncreas articial será o caminho?

A doença diabetes mellitus tipo 1, caracterizada pela incapacidade do pâncreas em produzir insulina, torna o paciente “preso” pelo resto da vida a tratamentos para suprir essa deficiência, tendo que checar várias vezes por dia seus níveis de insulina.
A doença é aparentemente incurável. Para resolvê-la, só mesmo um novo pâncreas. Mas pode ser um pâncreas artificial. E é isso que pesquisadores da Universidade de Virgínia (EUA) desenvolveram.
O grande incômodo do portador de diabetes é justamente o monitoramento constante dos níveis de açúcar no sangue. Por essa razão, o que os cientistas americanos conceberam foi um aparelho que faz essa regulagem automaticamente.
O dispositivo já foi testado, e com sucesso: na Itália e na França, oito pacientes usaram o equipamento enquanto passavam uma noite no hospital, por precaução. Mas não foi necessária nenhuma intervenção dos médicos: o pâncreas artificial deu conta de manter a glicose do sangue nos níveis corretos, sem nenhuma ajuda.
Pensando na praticidade, os pesquisadores desenvolveram uma máquina leve, portátil e de fácil manuseio. O monitor dos níveis, que deve servir apenas para verificação se tudo estiver funcionando corretamente, é um smartphone reconfigurado, fácil de operar, e que cabe nas mãos do paciente.
Os cientistas estão otimistas quanto à continuidade do projeto. Dentro de seis semanas, pacientes nos EUA também devem passar por experimentos, e o objetivo é simular de forma mais precisa a vida real de um portador usando o pâncreas artificial

fonte: visão